sexta-feira, outubro 13, 2006

Nocturnamente





Nocturnamente
Me dispo
E nua
Em frente ao espelho
O olhar em que me despojo
Me inicio
Me anuncio
E me denuncio

15 Comments:

Blogger bettips said...

Daqui e por ali, espantosa a beleza que se encontra, as palavras que nos definem, os livros que preferimos. Deixo-te um beijo de boas vindas. É lindo o que dizes e o que vês. É ardente e todavia áspero o que (trans)pareces sentir.

15/10/06 4:51 da tarde  
Blogger Teresa Durães said...

:) concordo a bettips

(já agora, e por curiosidade, esgrima? vela? interessante! também pratiquei)

não ando a carpir a minha existência, ao contrário de Bérenice. Como está lá escrito, eu sorrio perante o absurdo. Só quando a facada nas costas é demasiado aguda e dolorosa é que solto o uivo (e o uivo serve para chamar a matilha. mas ninguém aparece. só foi absurdo para mim)

boa noite

15/10/06 8:17 da tarde  
Blogger linhas tortas said...

Bonito poema.
Também me vejo em frente a um outro espelho. Reconheço-me e não me reconheço. Estranho-me e simpatizo(-me).
Uma boa semana destas Linhas mesmo tortas! :)

16/10/06 1:55 da tarde  
Blogger Alberto Oliveira said...

Não é meu hábito (re)pensar os comments que deixo aqui ou ali. O que saiu, ficou. É no repentismo que se avalia o melhor e o pior que temos dentro de nós. Este teu post-poema ou poema-post, é uma doce armadilha em que me deixo cair ingénuamente... como se segue...


o acto de me despir
sendo por mim praticado
a qualquer hora do dia
é d´antanho e do porvir
se de roupas tiver tapado
dispo-me do que vestia
e cubro-me mais uma vez
as vezes que fôr preciso
vestindo a pele e o osso
e descobrem-me talvez
a minha falta de siso
descalço até ao pescoço.



... parece-me ouvir as criancinhas «O Legível vai nú! O Legível vai nú!»

16/10/06 3:14 da tarde  
Blogger Alberto Oliveira said...

Claro que o poema é meu; faltou a assinatura.

Alberto Oliveira/Legível

16/10/06 4:34 da tarde  
Blogger bettips said...

Pois ...as ilhas mágicas, são todas, aquele mar redondo! Por curiosidade: estive em S. Miguel em Abril passado! Memórias lindas. Abç

16/10/06 5:22 da tarde  
Blogger butterfly said...

Rach, darling, já é a terceira vez que tento comentar.:)
Gostei.
Todas as noites me despojo da máscara que uso, enfrento os meus medos e sou a pessoa mais verdadeira quando, num acto de fúria, parto o espelho.
Beijos

16/10/06 7:46 da tarde  
Blogger rach. said...

Butter, afinal és humana: também tens fúrias e partes espelhos...até me ri. E esse darling inesperado até causou frisson epidoral.
Todavia, a gargalhada surgiu pura e cristalina com o sr Legível de Oliveira, mestre da palavra, do voltarejo e solfejo repentinos do acto de despir sensual(mente) suas roupinhas, qual streaper afamado entre o público da esfera blog...e que gosta de doces armadilhas onde muda a pele de cordeiro e de lobo ao sabor das estações. To be or not to be, ser ou parecer eis a questão. o eterno fingimento, a máscara que colocamos e tiramos, nós, actores neste enorme palco, até que caia o pano

16/10/06 8:56 da tarde  
Blogger De tudo e de nada said...

Não uso muitas máscaras. De facto, não uso. Deveria talvez usar mais. Uma máscara alegre para os dias menos bons e outra mais soturna para os dias mais alegres. Seria um equilíbrio interesante. Só quem não usa máscaras se denuncia. E cada vez gosto mais de quem se denuncia mesmo que não seja em frente a um espelho:) *

16/10/06 10:18 da tarde  
Blogger Alberto Oliveira said...

Momento sério (seríssimo, saliento) que o comment de "de tudo e de nada" me sugeriu.
Não uso máscaras na blogsfera. Apenas me divirto escrevendo num registo que raramente procura o confronto ou até mesmo a polémica. Essas situações reservo-as para o real porque distingo a oralidade da escrita. Isso não obsta que pontualmente comente sem ironia como é o caso do comentário que deixei hoje no post de "de tudo e de nada". Não me parece relevante, no virtual, adivinhar se quem está por detrás de um texto, procura denunciar-se ou esconder-se. Perderia uma imensidão de tempo e o prazer de comunicar sem (e na) rede.

Mas isto é a minha opinião. Respeito as outras, diversas das minhas, como manda a boa educação e relacionamento amigável.

Alberto Oliveira (Legível)

16/10/06 11:17 da tarde  
Blogger bettips said...

Linda: a praia é Norte do Porto, quase brava, suja, com pescadores, perto e longe, antiga, rochas como orgãos de catedral, com vestígios de ter sido habitada na Idade do Ferro, campos que ainda se atrevem até ao mar... Montes que subimos,
poema/piano nas tuas teclas, o mar é Adagio, é Nocturno, é Missa Solene. Um piano à beira-mar e a paisagem/música seria "o" Poema. Abç

17/10/06 4:55 da tarde  
Blogger De tudo e de nada said...

Peço desculpa por usar este rachmanespaço mas queria dizer ao Alberto Oliveira que entendo perfeitamente o seu desabafo. Não é bem um desabafo, será mais uma assertividade que teve necessidade de dizer ontem. Estamos unidos numa coisa essencial: o prazer de comunicar, sempre que o tempo e a inspiração nos ajuda. Penso também que é irrelevante "adivinhar" quem está por detrás de um texto ou de uma imagem. O prazer de ler ou o prazer de ver não tem rosto definido. Apenas o rosto do próprio prazer. Também queria agradecer ao Alberto o seu comentário, ontem, no meu blog. Sem ironias, como diz, porque o tema é demasiado importante para isso. Claro que só amanhã poderei dizer mais alguma coisa sobre o tema e sobre os comentários que recebi. Obrigada Alberto pela tua liberdade de expressão:)*

17/10/06 9:29 da tarde  
Blogger Ricardo said...

Não será o nosso "eu" constituiído por várias máscaras, que utilizamos consoante a situação e as pessoas com que lidamos, sem que isso signifique fingimento ou dissimulação?
Amiga gostei do momento de introspecção em frente ao espelho.
Bacci

18/10/06 4:25 da tarde  
Blogger rach. said...

Cara Pilantra
Gostaria de lhe agradecer o seu "rótulo de garrafas" que me poupou alguma teclas do portátil, mas que me fez sorrir.
Quanto ao seu convite, até que seria prazenteiromomento uma ginjinha com a menina e com as demais a que alude, embora não saiba quem são. Contudo já se me afigura mais difícil a questão do ronronar do violoncelo. é que Bach agora só toca em part-time, e anda entretido a compor uma cantata à xicara do café.
Um beijo

24/10/06 6:20 da tarde  
Blogger butterfly said...

Adorei essa de eu ser manteigueira aboadora.
Tenho máscara, sim senhora. Vou ocultando a melhor parte de mim que só revelo a quem me apetece. Lá se foi o segredo! Confesso ser manteiga, meio sal e light.

24/10/06 11:56 da tarde  

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