segunda-feira, outubro 23, 2006

A Comédia Humana




La Comédie Humaine, Jean-Louis Hamon (1821-1874), óleo sobre tela
Musée d`Orsay, Paris.


Jean-Louis Hamon, expoente do estilo neoclássico vigente em França (entre 1845-1880), é acometido de um ataque de ironia levando-o a pintar esta Comédia Humana que decide expor no Salão de 1852. Não contente com o feito, volta a apresentá-la três anos mais tarde na grande Exposição Universal de Paris, onde mereceu um êxito retumbante.
O tema parece ser o pequeno teatro de fantoches pintado no centro, teatro que alberga já não as célebres figuras de Guignol, do Diabo e do Polícia, mas antes o Amor, pendurado no pelourinho, Baco, caído de bêbado, e Atena. Quer de um lado, quer do outro do théatron avançam personagens ilustres: reconhece-se, à direita, Dante que escreve, Virgílio e, mais adiante, Homero guiado por uma criança, assim como, Ésquilo segurando a máscara da tragédia; à esquerda, vemos Alexandre, dando uma moeda a uma mulher do teatro, Anacreonte, agarrando a sua lira, e Diógenes fora do seu barril.
Se pensarmos no sucesso que foi esta Comédie, a pretensa charada divertiu certamente o público que terá sido seduzido também pelos miúdos deliciosos, que assistem ao espectáculo.
Soyez les bien venus à La Comédie Humaine!..