terça-feira, agosto 05, 2008

Hora Sossegada




O tempo estacou na curva da vida;
o sol bocejou num halo de fogo;
as nuvens quebraram
sua rota de alvura
ficando a manchar a linha perfeita
do azul sem fundo.
As ondas não rolam
nas areias de ouro
onde o tesouro das rendas salgadas,
pela espuma desenhadas,
se quedaram, enfeitando
as algas adormecidas.
A brisa ficou em novelos pousada,
sobre o verde das árvores;
e as mil cores variadas
das asas macias das borboletas,
balançam, pairando, na hora parada.
Até a ferida da minha alma chagada,
nesta hora sossegada e sem movimento,
acabou por adormecer.






5 Comments:

Blogger Fernanda said...

Tão bonito...

Um poema sentido,...duma alma dorida,...amenisado pela calma e leveza dos quadros de Monet.


Gostei.

5/8/08 9:26 da tarde  
Blogger a said...

Na curva da vida tudo é mais calmo como essas águas.

Bjs

6/8/08 8:18 da tarde  
Blogger Alberto Oliveira said...

... feliz de quem consegue fazer parar o tempo (por pouco tempo que seja) por via de palavras -sabe-se lá cozinhadas com que poções mágicas, como as deste poema. Eu, que adormeço ao segundo e acordo desenfreado, invejo-te. Por isso hoje, não há um beijo,



há dois. E um sorriso.

11/8/08 1:02 da manhã  
Blogger Unknown said...

O poema é lindo.
Escreve um livro...
Bjs.

18/8/08 9:14 da tarde  
Blogger kris said...

sem dúvida....lindo

2/9/08 7:59 da tarde  

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