Páginas em Branco

René Magritte, A Página em Branco, 1967
Abro o caderno para escrever a vida.
Olho para as páginas em branco…
E não sei como começar.
A vida escreve-se em prosa ou em poesia?
Será que a vida pode ser uma canzo, uma trova, um soneto,
uma écloga, uma canção de gesta, uma xácara?..
Poesia contemporânea, concreta, experimental, cósmica, cultista, do direito,
satírica, amável, palaciana, incompleta, quase toda e até agora, póstuma…
Ou será antes prosa? Bárbara, dispersa, analítica, critica,
das mil e uma noites, das noites de lua cheia, feiticeira..
Sobressalto-me com mais dúvidas.
Em que alfabeto se escreve a vida
Como se desenham as palavras do coração?
Nasce o conflito no azul-cobalto
onde se esqueceram de pendurar as estrelas.
Revolto-me e grito
perante valores destroçados,
de vidas trocadas ou esquecidas.
Longo e misterioso é o caminho a percorrer…
Entretanto, as páginas continuam em branco.
9 Comments:
Rach, gostei mas, a vida não se escreve, vive-se.
Beijo
talvez. e que tal uma metáfora, o minha perdida nos nicks
gostei do que li! E até posso sugerir um método. Que tal em hebraico para poder haver tantas interpretações quantas as que se queiram?
A tua não sei que tipo seria, a minha era, de certo, uma comédia mordaz (teatro para todos se rirem com gosto), raiando o surrealismo, sem gritos (porque havendo ou não queria que se rissem que nem tolos, tolos deles mesmo).
De mim jã me rio eu :)
Bom dia!
A angústia do artista e da página. Da prosa e da folha. Da poesia e da crueza com que nos invadem. Mas persiste, o pensamento! Abç
Parabéns amiga, conseguiste escrever 22 versos a lamentar o facto de não conseguires escrever... mas com grande mestria e beleza. Continuo a achar que este lote de café é dos melhores que há, pelo que sei é cultivado por uns indígenas na encosta de um vulcão, raríssimo...
Beijos
Gosto das páginas e das telas
em branco.
Porque gosto de desafiar o desafio.
E a vida não é um desafio constante?
A volúpia de testar a textura desses dois suportes
é óptima e a preparação para
escrever aqueles sinais chamados letras
ou os traços e as cores de que se faz a vida.
Por vezes há que corrigir quase tudo
mas isso ainda faz parte do prazer
de contar-cantando a vida.
Desagradável é quando os suportes ficam preenchidos;
o que fazer com o vazio que nos fica
depois de preencher a vida?
Alberto Oliveira/Legível
Olá migo
esta mudança do fuso das horitas baralhou-me os neurónicos :-) todos, mas olha que o teu blog não está melhor. Nem quero imaginar o que para aí aconteceu
indígenas, encostas de vulcão...isso não é gente a mais? mas que venham mais cinco de uma assentada que eu pago a pronto. e onde fica esse tal Etna, para os lados do Parque das Nações?
Caro e distinta Legível
seja le bien-venu no meu botequim.
a sua lírica fez-me arreganhar a beicita até às orelhas, qual Guedes Manela.
Quanto à pergunta que coloca no final, pois deixe que lhe diga que escritores, críticos literários e filósofos se têm debruçado ultimamente sobre esta questão. Quem será o Grande Português a desvendar o grande mistério? Ventania Delirium?...
:-)
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Bonito,muito
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