Ecce Homo

às palavras, à poesia, à tempestade de sentidos,
ao olhar, ao mar imenso, ao amanhecer
Desbaratamos deuses, procurando
Um que nos satisfaça ou justifique.
Desbaratamos esperança, imaginando
Uma causa maior que nos explique.
Pensando nos secamos e perdemos
Esta força selvagem e secreta,
Esta semente agreste que trazemos
E gera heróis e homens e poetas.
Pois Deuses somos nós. Deuses do fogo
Malhando-nos a carne, até que em brasa
Nossos sexos furiosos se confundam,
Nossos corpos pensantes se entrelacem
E sangue, raiva, desespero ou asa,
Os filhos que tivermos forem nossos.
José Carlos Ary dos Santos
6 Comments:
E que a tormenta nunca se retire, insistindo no acordar dessa dor…
Tudo o que me disseste. Adivinhado.
E a força de Ary para "ir andando". De pequena gente que laça e enlaça fios invisíveis.
De gente como ele, que não está. Mas espera que NÓS estejamos!
Bjinhos
À tempestade dos sentidos! :))
Gostámos do seu blogue. :))
adeuses ó deuses!
que também eu assim me sinto
e não são poucas a vezes
que me apronto lá do alto do olimpo
e como é bom estar entre voceses
irmãos e meus iguais
só lamento que as vezes
não sejam muitas mais.
Este não me saiu lá muito perfeito, mas a sombra do mestre Ary atrapalhou-me.
Dois (2) beijos... para me redimir da má prestação.
Parece-me algo parecido com a minha ilha.
Essas pedras de basalto... me são tão familiares... vomitos, do ventre da terra!
Boa semana
bjo doce
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