sábado, janeiro 19, 2008

Ecce Homo





às palavras, à poesia, à tempestade de sentidos,
ao olhar, ao mar imenso, ao amanhecer






Desbaratamos deuses, procurando
Um que nos satisfaça ou justifique.
Desbaratamos esperança, imaginando
Uma causa maior que nos explique.

Pensando nos secamos e perdemos
Esta força selvagem e secreta,
Esta semente agreste que trazemos
E gera heróis e homens e poetas.

Pois Deuses somos nós. Deuses do fogo
Malhando-nos a carne, até que em brasa
Nossos sexos furiosos se confundam,

Nossos corpos pensantes se entrelacem
E sangue, raiva, desespero ou asa,
Os filhos que tivermos forem nossos.


José Carlos Ary dos Santos






6 Comments:

Blogger Canseiroso said...

E que a tormenta nunca se retire, insistindo no acordar dessa dor…

21/1/08 3:33 da tarde  
Blogger bettips said...

Tudo o que me disseste. Adivinhado.

E a força de Ary para "ir andando". De pequena gente que laça e enlaça fios invisíveis.
De gente como ele, que não está. Mas espera que NÓS estejamos!
Bjinhos

23/1/08 2:47 da manhã  
Blogger Tríade Aumentada said...

À tempestade dos sentidos! :))
Gostámos do seu blogue. :))

24/1/08 12:58 da manhã  
Blogger Alberto Oliveira said...

adeuses ó deuses!
que também eu assim me sinto
e não são poucas a vezes
que me apronto lá do alto do olimpo
e como é bom estar entre voceses
irmãos e meus iguais

só lamento que as vezes
não sejam muitas mais.



Este não me saiu lá muito perfeito, mas a sombra do mestre Ary atrapalhou-me.

Dois (2) beijos... para me redimir da má prestação.

25/1/08 9:06 da manhã  
Blogger E. Raposo said...

Parece-me algo parecido com a minha ilha.

9/2/08 3:50 da tarde  
Blogger SMA said...

Essas pedras de basalto... me são tão familiares... vomitos, do ventre da terra!

Boa semana

bjo doce

11/2/08 9:13 da tarde  

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