O Gato

Nas tardes de Inverno,
A lareira ia consumindo as areias
Em pequenos frascos de vidro
E distribuía o seu brilho
Pelas coisas que faziam vizinhança.
O gato de Ricardo saltava-lhe para o colo,
Enquanto escrevia poesia.
Miava, como um danado,
Mas ele ouvia um anjo.
E, assim, traduzia essa música em estrofes
Que, depois, recitava,
De janela escancarada para o mar.
A pauta do silêncio fazia-se ouvir…
No céu, o azul, o amarelo e o vermelho.
Cores de nada e de tudo
Cheiro a terra molhada,
Salpicado a flores e a sal.
38 Comments:
Olá Amigo,
aqui está patente ao público, tal como a exposição sobre Amadeo de Souza Cardoso, na Gulbenkian, a brincadeira criada a partir do teu poema.
Foi o que se arranjou...
Um beijão
... e eu que sou maluco por gatos! este é daqueles que bem podia fazer parte da minha colecção. O ar vago de quem já lhe passou pelos bigodes tanta coisa na vida... inclusivé o Vampiro pensador de Notre Dame, fica-lhe a matar.
Fazemos assim: tu dás-me o animal e eu deixo-te uma rima:
nâo receia os pensadores
das franças e araganças
por isso correm rumores
que aos ratos não dá parança.
Vale?
Aos ratos não dá parança
Seja noite ou seja dia
Já se lh'arredonda a pança
Que dantes ninguém lhe via
(Tu desculpa mas as quadras são como as cerejas...) ;)
ò Ricardo, tu aparece-me e vê lá se me ajudas qu`esta gente tá d´olho arregalado para o Jonas. São piores que os teus vizinhos.
Que triste ideia a minha de aqui pôr a foto do teu bichano
Pelas flores pró repasto
Já foi gato ecológico
Agora nem dá pró gasto
Tornou-se toxicológico
(Agora vou ali, mudar as solas aos sapatos :) )
tornou-se toxicológico
de gato fez-se mamute
qual animal antológico
que se foi embora, bute!!
Não receies pelo animal. Se por acaso (mas mesmo por puro acaso?!)o gato me vier parar às mãos prometo pôr-lhe apartamento em Odivelas e levá-lo aos fados ás quintas-feiras. ah! e levá-lo a jantar ao Papa-Açorda aos domingos...
(espero bem que o Ricardo tenha tido o bom-gosto de ter sido dono de uma gata. de contrário, lá se vão estas asserções por água abaixo... )
... há tanto tempo que não entrava numa desgarrada-rimada que até os dedos me tremeram de emoção...
do Jonas nem sinal vejo
querem ver que a baleia...
em vez de comer o queijo
papou o gato na ceia...
Papou o gato na ceia
Nem lhe valeu ser ilustre
Até tinha um pé-de-meia
E a casinha lacustre
:)
(Legível, quando levares o Jonas, também quero ir!...)
e à casinha lacustre
meu deus já não vai voltar;
que brilho tinha aquele lustre
com as luzes a tremelicar...
(Sota: levo sim senhor. Vou já fazer a marcação do voo. É mais difícil perseguirem-nos indo de avião... )
Luzes a tremelicar
Iguaizinhas às do palco
Famoso no seu miar
Espirra com pó de talco
(Sim, mas nem sei se mesmo voando nos safamos!... :) )
Levanta o rabo bem alto
pobre bicho arrepiado
quando descer ao asfalto
nem se lhe ouve o miado.
(não resisti, desculpem:)))
Nem se lhe ouve o miado
Coitadito do bichano
Ficou lá tão assustado
Até ao cair do pano
(Ó Rach, tu põe esta gente na rua que isto não se admite!... :) )
até ao cair do pano
o gato bem se esfalfava;
de gatas pobre bichano
e a peça não acabava...
(a fila de gente que está ali na "porta dos artistas" para pedir autógrafos ao gato... )
E a peça não acabava
No meio do nevoeiro
A gente não almoçava
Nem sequer ia ao banheiro
(Ó Legível, se a Rach não põe fim a isto, vai ser a nossa desgraça!... Vá lá que só volto à noite!... :) )
Nem sequer ia ao banheiro
nem tão pouco à cozinha
e o gato é pelo cheiro
que apanha a sardinha!
Credosssssssss.
que apanha a sardinha
...... ... ... jantava
pois ... ...... . espinha
e ..... ... . representava.
(Sota: eu já estou desgraçado!!
Voltei e até me faltam as palavras!!)
as gatas dos toplésses
não lhe largavam a labita
ele até andava aos "ésses"
era o maioral da fita...
(esta gato é um achado! tão depressa está nos morangos como está na floribela... )
No açúcar dos morangos
é que ele dá nas vistas
e para dançar os tangos
são precisas duas pistas.
É que ele não se contenta
com uma gata assanhada
mas sim com a que se senta
e com a menos encabulada.
Párem com isto senão o meu próximo post vai miar por todos os lados:)
com a menos encabulada
e com a gata vadia
não fosse sua morada
uma rua na moraria.
Ouve fado à quinta-feira
na tasca do Zé das espinhas
senta-se ali mesmo à beira
a ouvir a mariquinhas.
(Nunca imaginei que o meu gato desse tanto que rimar, mas como nada posso fazer, só me resta ajudar)
a ouvir a mariquinhas
chegou o dono do gato
e a rimar não tem espinhas
q´as põe à beira do prato
O Vendedor de garrafas de Gin Ástica
em flexão rimástica.
Põe n'as à beira do prato
Qu'ele não quer cá misturas
Vai daí vestiu o fato
E dedicou-se às costuras
(Olha, eu não devia estar aqui, aliás, eu nem estou aqui!...)
:)
olha com focinho de caso
a plateia deserta;
é hoje que rego o vaso,
constipação pela certa.
(ah! gato ateu, que nem à missinha das dez se dignou ir... Santa Efigénia m´acuda!)
(... tá visto que a Rach foi de licença sem vencimento. Lá ficou o bichano sem agente artística. Se o Las Férias dá por isso, saca do gato pró próximo musical...
Ti Alberto)
Um beijo de mar. E poesia lavantada do chão que habitamos.
... Ó comadre! acho que essa informação ainda veio aumentar mais, os dias de licença sem vencimento...
... e o coitado do gato, imóvel, estóico, de pedra e cal... O bicho já me faz pena...
Ó companheiro de desgarradas, acho que a garota nunca nos vai perdoar, é o que é!...
Talvez se prometessemos que não repetíamos, que te parece?!... :)
E o gato? Sem comer nem beber, dias e dias!... Nem o tal Ricardo aparece para o salvar!...
Querido Ricardo,
conforme cyberfax que te enviei, chegamos amanhã à hora indicada.
Estas férias na Jamaica foram e estão a ser o máximo. O Jonas até dizia que as melhores da sua vida. Com as quadritas dos nossos caros bloguistas juntámos uns acordes à maneira e foi o maior sucesso do panorama musical português. até o Boss AC ficou com inveja...o Jonas já se está a tornar uma vedeta internacional: convidaram-no para fazer o Barco do Amor II.
Um beijo e até amanhã
Companheira Sotavento:
Receavas tu que fôssemos excomungados deste lugar tão simpático por mor de umas singelas quadrinhas. Vê só o resultado: o animal por esta altura já deve ser disco de ouro, a Rach enriqueceu, na qualidade de agente do artista e nós.... Bem, a nós, nem uma palavrinha pelo árduo trabalho letrista. Pela parte que me toca, estou tão zangado que vou fazer rimas para o cão da minha vizinha do sexto andar...
Camarada Legível, tens razão, vamos processá-la!...
E pelo sim pelo não
Qual cantadeira descalça
Cantarei do rés do chão
Aos coentros e à salsa
;)
Pilantra, hoje trata tu do vinho
que as conquilhas vêm a caminho
:)
Jonas, não desesperes, a fama não dura sempre!...
:)
... lá começou a dança outra vez...
aos coentros e á salsa
o concerto é sempre ´abrir
no palco dança-se a valsa
na plateia estou eu a rir
Ó Rach passa a pomada
c´as conquilhas já se comem;
já se come a conquilhada
enquanto os bloggers dormem.
até eu me vou deitar, que já nem vejo uma ameijoa à frente...
Enquanto os beloggers dormem
Há assaltos pelas tascas
Temos garrafas que fogem
E das conquilhas as cascas
:)))
Xinhora dona menina Rach,
madamas e cavalheires,
toca a dar de frosques antes que venha a ramona e abafe vossas xelênças!
Mtó brigadess, mtó brigadessss
Ó comadre!! agora é que o gato ficou mesmo bem na fotografia!!! Dou também uma "ajudinha":
... nariz à bicarbonato
tem bigodes mal-aparados
e mija fora do prato
já se esqueceu dos miados.
já se esqueceu dos miados
deu bronca no Coliseu
enrolou-se nos trinados
quem não vai lá mais sou eu.
Quem não vai lá mais sou eu
Soi dizer-se nem pagando
Que o grito que ele deu
Inda o oiço vez em quando
Inda o oiço vez em quando
miados no pensamento
Não querem ver que o bichano
foi atrás do sotavento?
...de médico, poeta e louco...
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