domingo, julho 08, 2007

As (7) Maravilhas da Natureza








De uma viagem feita aos Estados Unidos, um amigo trouxe-me o roteiro dos dias esplêndidos que lá passou, uma jornada feita ao noroeste do Arizona. Do Grand Canyon, que teve o privilégio de conhecer, sei apenas que é uma das grandes atracções turísticas naturais dos States; que está classificado como parque nacional desde 1919. A sua área é impressionante (quase 5000 km²) e o rio Colorado empresta-lhe parte da sua beleza e mistério. Afigura-se-me um lugar grandioso e imponente, que nos envolve e pacifica e ao mesmo tempo nos dá conta da nossa pequenez humana.
Estas são impressões feitas a partir de fotos e postais ofertados, são simplesmente sensações que temo não poder confirmar in loco. Mas nada me impede de dizer que o Grand Canyon poderia fazer parte da lista As (7) Maravilhas da Natureza, se ela existisse. E porque não? As impressionantes Cataratas de Vitória (Zimbabué) as mais altas do mundo e com mais de um quilómetro de largura, as Cataratas de Kalombo (Burundi), a Amazónia, as florestas do país dos mil lagos, os Himalaias, os Alpes (é lá que se faz o chocolate Milka) … Mas porque havia eu de nomear as mais belas? Belas, todas elas são, bem como todo o património ou memória da Humanidade que é urgente preservar para as gerações vindouras… Ainda que Petra e o Taj Mahal sejam os que de momento mais me tocam. A bela e misteriosa Petra que terá direito brevemente a um post.
Trazer aqui o Grand Canyon não é mera coincidência. É que hoje, sétimo dia do sétimo mês do sétimo ano do século XXI, realizam-se dois eventos à escala global: a eleição d`As Sete Maravilhas do Mundo e um mega concerto que visa salvar ou alertar para os gravíssimos perigos que o nosso maravilhoso planeta corre: o Live Earth, e que começou neste preciso momento em que escrevo estas palavras.
Estamos no século XXI, na era das novas tecnologias, e há muito que o Planeta Azul clama Help me with you can, `cause I´m felling down, para parafrasear os versos, creio que, dos Beatles e cantados também pela Tina Turner. O grito surge sob a forma de efeito de estufa, aquecimento global, furacões, tsunamis, fragmentação de icebergues, diminuição dos recursos hídricos, desflorestação, aumento da desertificação… A Cimeira da Terra, a célebre ECO 92, teve como objectivo reconciliar o desenvolvimento económico com a protecção do ambiente. A elevada presença de chefes de estado significou o despertar (definitivo) das nações para as questões inerentes à defesa do planeta. De acordo com os documentos assinados, os países comprometiam-se a contribuir para uma Terra ecologicamente mais equilibrada, em detrimento do desenvolvimento económico a qualquer preço. A prática tem demonstrado, contudo, que nem todos levam igualmente a sério os princípios ecológicos focados na Cimeira. Não apontemos o dedo unicamente aos States, porque a China acaba de acordar… Do Protocolo de Estocolmo ao de Quioto há sempre alguém que não quer assinar pela diminuição de libertação de gazes poluentes. Os governantes dos G 8 têm de adoptar uma outra atitude para que a Terra possa respirar e continuar azul, os interesses económicos não podem continuar a sobreporem-se aos do ambiente, e nós outra consciência do que significa realmente ter mais qualidade de vida. É que a Terra é um empréstimo concedido sob determinadas condições.
Sou pelo salvamento dos ursos polares, pelas focas e os leões-marinhos, pelas baleias e golfinhos, pelos recifes de corais e as calotas polares, pelo murmurar dos ribeiros, pelas borboletas e flores, pelos tubarões e piranhas… Sou pelas florestas e oceanos, pelo Mont Blanc que não é somente uma deliciosa sobremesa ou marca de canetas; pela canção What a Wonderful World de Louis Armstrong, que precisa de ser libertada dos spots publicitários sobre automóveis.
O planeta Terra não é amanhã, é hoje… Esperemos que os concertos deste dia não sejam puro entretenimento, mas a message in a bottle to the world, como começar uma revolução. E o planeta agradece.