quinta-feira, abril 29, 2010

Vigília






O dia entra no quarto pela janela fechada, apagando as sombras onde a alma se ocultava. Aproximam-se as horas do silêncio e do ruído, e fico só. Abro a janela e fecho alguma coisa dentro da alma.
Provavelmente, não passa tudo de uma memória. Talvez tu sejas um vago sentimento mal aflorando o meu coração, à hora breve em que o dia vem.
Lá fora, um melro assobia, ouvem-se vozes acordando, motores em marcha.
E aos poucos a vida vai ficando sensação exterioridade.