segunda-feira, janeiro 29, 2007

La Vie en Rose




Alors, elle a dit "l`important c`est la rose, crois-moi..."

sábado, janeiro 06, 2007

Au tour de ma chambre



A luz acinzentada do bulício citadino anunciava um entardecer precoce. Entrou em casa, e atirou as chaves para dentro do enorme cinzeiro, em tons de azul. Nem queria acreditar, estava em Paris. A bela e eterna Paris… A cidade dos bistrots, das brasseries de Amadeo, dos cafés tão ao gosto de Mário de Sá Carneiro; l´ Opéra, e o seu lustre imenso, em cristal, que pontilha de luz a pintura de Chagall…
O seu quotidiano era agora leve, tão leve como uma pena. Sentar-se no Café de la Paix, ou no Procope, onde figuras como Rousseau, Diderot e Voltaire estiveram, debatendo ideias (mais tarde, o próprio Sartre) e enquanto apreciadores da bebida intelectual. Sentar-se… nas mesinhas de mármore, onde a Belle Époque continua viva e cheia de glamour, relendo l`Histoire de la Folie, ou simplesmente ver a vida passar.
Tinha conseguido variar a sua existência, variá-la quotidianamente. Numa atitude de descontracção colocou as mãos atrás da cabeça, e sorriu. “Eu não tenho só tudo quanto existe...eu tenho também tudo quanto não existe... Eu vivo horas que nunca ninguém viveu, horas feitas por mim, sentimentos criados por mim, voluptuosidades só minhas e viajo em países longínquos, em nações misteriosas que existem para mim, não que as descobrisse, mas porque as edifiquei... Consegui tornar infinito o universo – que todos chamam infinito, mas que é para todos um campo estreito e bem murado."
– Dê uma escapadinha. Vá p´ra fora cá dentro. – exclamou – Tesa do caraças! E soltou uma gargalhada…