segunda-feira, abril 28, 2008

Inxalá



Alcorão do Al-Andalus, séc. XII



No meu leito nas noites busquei/ o que amou a minha alma/ busquei-o e não o achei./ Levantar-me-ei agora e vaguearei/ pela cidade, pelas praças, lugares amplos/ hei-de buscar o que amou a minha alma,/ busquei-o e não o achei.
( Cântico dos Cânticos de Salomão )




“ Por isso se parte. Se foge. Se finge que se foge. Porque não se foge nada. Não se parte. Não se descobrem terras nem estranhos. Descobre-se cada um a si mesmo. Descobre-se a mão que se tinha nas mãos. As linhas da mão das mãos. O sentido que se traz dentro das mãos. Por isso não se parte realmente. Só se finge que se parte. E a viagem é a forma mais fácil de fingir. E assim foi ela para onde achava que devia ir porque o seu coração a guiava, e deve ter voltado para aquilo de que nunca partira. E assim fugi eu para onde achava que me podia perder porque perdera o meu coração e já não era possível voltar para o que de mim partira. Porque se partira.”


Carlos Quiroga

sábado, abril 19, 2008







nem sempre os faróis
se acendem entre brumas de nevoeiro

às vezes o faroleiro adormece

outras é apagado pelo ocaso.




Ricardo

farolizar.blogspot.com